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ESTADO SOCIAL

respigos e reflexões sobre o território e a sociedade

A participação das comunidades no planeamento, balanço de visita a Milão

30.10.16

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Uma comitiva de docentes e alunos do Mestrado em Planeamento Regional e Urbano - Universidade de Aveiro e de dinamizadores do Vivó Bairro (*) foi a Milão participar numa intensiva sessão de trabalho no âmbito do Community Participation in Planning - CPIP organizada pela Grazia Concilio, nossa parceira do projecto no Politécnico de Milão. Em resultado da visita, onde conhecemos várias iniciativas exemplares, e do debate realizado ao longo destes dois anos de trabalho retivemos três ideias chave. Primeira ideia: a relação entre as universidades e as comunidades locais é cada vez mais forte e diversificada em resultado do reconhecimento do papel do conhecimento, nas suas múltiplas formas, como instrumento de transformação da realidade. Segunda ideia: o aprofundamento dessa relação vai exigir um quadro de institucionalização, em modelo de geometria e geografia variáveis, e no qual as universidades podem assumir um relevante papel de mediação, que dê uma maior sustentação aos esforços individuais e coletivos e mobilize e organize, de uma forma mais eficaz, os recursos disponíveis visando a promoção de ações pelo bem comum. Terceira ideia: apesar dos notáveis progressos, há um longo caminho de sensibilização dos actores envolvidos, de desbloqueamento de barreiras institucionais e culturais e de activação de energias cívicas dispersas, adormecidas e invisíveis. Para dar continuidade a esta reflexão, convidamo-los a participar ativamente na IV Conferência de Planeamento Regional e Urbano que vamos organizar 23 e 24 Fevereiro na Universidade de Aveiro - call para resumos/abstracts aberta até ao dia 25 de Novembro

Lisbon the next tech capital

30.10.16

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É compreensível que as grandes cidades europeias e mundiais acompanhem as marés culturais, tecnológicas e financeiras e resolvam aproveitar a onda quando os ventos parecem ser favoráveis. Ainda assim, convém ter em atenção que este tipo de «vagas» são fenómenos cíclicos resultantes de forças não controláveis e que às vezes nos levam para onde não queremos ir. A este propósito, e do entusiasmo pelo Web Summit em Lisboa relatado na notícia do The Guardian, talvez valha a pena acompanhar o debate em torno do lançamento do último livro de Richard Florida - o guru das "cidades do talento". Centrado no tema da "crise urbana", o autor faz "mea culpa" e alerta para os riscos da aposta na atração da "classe criativa" que durante tantos anos defendeu como receita milagrosa para o desenvolvimento das cidades. Entre os vários problemas, ou efeitos colaterais, apontou o aumento do custo da propriedade, a gentrificação, o aumento das desigualdades e o aprofundamento da segregação, e a expulsão da classe média do centro das cidades. A aposta de Lisboa para se tornar numa «capital tecnológica» não deve negligenciar este risco.