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ESTADO SOCIAL

respigos e reflexões sobre o território e a sociedade

O peso do contexto

05.08.14

Pedro Graça, director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, citando Philip James numa entrevista ontem ao Público, referiu que «a ideia de que as pessoas, depois de serem informadas, mudam por completo os seus hábitos alimentares é irrealista, porque estamos num ambiente obesogénico». Acrescenta ainda que a «capacitação das pessoas é importante, mas as autoridades públicas têm a obrigação de alterar o ambiente onde vivemos e compramos». Muitas vezes negligenciamos o peso do contexto ou do ambiente que nos rodeia para a alteração de hábitos, sejam alimentares, de consumo ou de deslocação. A pedagogia é importante, temos de equilibrar estímulos e castigos, regular oferta e a procura, mas não podemos negligenciar o peso do contexto ou do ambiente envolvente. E perceber que são sobretudo os grupos sociais fragilizados que mais sofrem a influência do ambiente (do contexto físico, social e económico) nesse imensa batalha por uma vida com hábitos mais saudáveis. É por isso cada vez importante um forte papel regulador do Estado.

 

Repasto pantagruélico

03.08.14

Será que há mesmo almoços grátis? Michael Pollan, presente na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), e citado pelo Público, diz que sim, desde que os saibamos cozinhar. Palavras sábias, estas. Talvez isso explique que o cozinhado de um novo banco, anunciado com grande impacto ontem por LMM na SIC, a ser pago integralmente pelos bancos, sem qualquer factura para a mesa dos contribuintes, não mereça mais de que uma pequena chamada no fim da primeira página e reporte para o canto da página 23. Parece-me injusto. Tal repasto pantagruélico merecia ser saudado com outra pompa e circunstância.

 

Fregueses

02.08.14

Já se sabe que os (bons) fregueses têm sempre um tratamento privilegiado. Mas não será um pouco excessivo uma página inteira do Expresso para a praia do Torel? Não haverá ocorrência mais interessante por este país fora a merecer atenção, meus caros amigos jornalistas do Expresso

 

Verdade ou consequência?

02.08.14

As histórias que o Expresso conta hoje sobre o BES são aterradoras. Manifestam um total descontrole e desnorte, uma permanente fuga para a frente, de prejuízo em prejuízo, com um impacto que se prevê devastador para o banco, para a economia e para o país. Acontece que estas decisões foram tomadas e executadas por pessoas - da administração aos responsáveis dos diversos departamentos - que não podiam não saber o que estavam a fazer. E não podiam ignorar as consequências dessas decisões na sua vida e na de todos nós.

 

Calibragem

02.08.14

Segundo notícia do Público, está em vias de ser privatizado o controle metrológico que assegura a calibragem de todos os instrumentos de medição do comércio, saúde, segurança e fiscalização, uma actividade que gera ao Estado um lucro anual de um milhão de euros. Parece-me bem. Não vejo razão nenhuma para nos preocuparmos com a regulação da calibragem das balanças de transacções económico-financeiras.