A Universidade de Aveiro a Pensar a Bicicleta
Temos o país em risco. 4 milhões de automóveis produzem diariamente mais de 60% das deslocações, 3x mais do que tínhamos há 20 anos, uma parte delas de curta duração. Andamos menos a pé (16%, menos 55% que em 1991) e de transporte colectivo (17%, menos 1/3 em igual período). Ao mesmo tempo, 1 milhão de adultos e 15% das crianças entre 6 e 9 anos são obesos. Mas não só. 3,5 milhões de adultos e 1/3 das crianças entre 6 e 9 anos têm excesso de peso. Temos cidades e cidadãos em risco cardiovascular, com consequências conhecidas.
A bicicleta enquanto modo de deslocação diário tem alguma expressão em certas zonas do país (sobretudo no Baixo Vouga, mas também no Baixo Mondego, Pinhal Litoral e Algarve), sobretudo nas deslocações para a escola e também trabalho. Mas tem expressão residual a nível nacional (0.5%).
Mas algo está a mudar. Em 2012 venderam-se mais bicicletas que automóveis (113.408 automóveis e 350.000 bicicletas). E exportamos 200 milhões de euros de bicicletas (o Paulo Rodrigues da ABIMOTA lembra que isto é um pouco menos de metade da cortiça). Somos o 5.º maior produtor de acessórios e o 7.º de bicicletas na Europa.
Para além dos 30.000 utilizadores regulares, mais de 100.000 pessoas praticam desporto em bicicleta. E alguns usam-na em passeios de fim-de-semana e em férias.
A bicicleta pode ajudar a tratar da saúde das nossas cidades, da nossa economia, da nossa saúde. Talvez não seja preciso inventar a roda, mas podemos encontrar a mudança certa. E cada um de nós pode fazer algo por isso!